Em vez de um
octógono, um palco. Em vez de luvas, um microfone. Em vez de centenas de
torcedores, centenas de executivos. Muitos dos lutadores do UFC têm aproveitado
a fama que este esporte lhes proporcionou para ganhar dinheiro com palestras
contratadas por empresas que, para motivar seus funcionários, levam nomes como Rodrigo Minotauro, Rogério Minotouro, Lyoto
Machida e Wanderlei Silva para contar histórias de garra e superação. Fora de combate, esses lutadores mais famosos
têm conseguido renda anual de R$ 200 mil
a R$ 400 mil com marketing.

Nas palestras, são
exibidos trechos de lutas memoráveis que têm alguma mensagem. Minotauro, por exemplo, mostra o combate com o americano
Bob Sapp, muito maior, dono de 30 quilos a mais, no Pride, o torneio mais
popular de MMA antes do UFC. Uma versão moderna de Davi e Golias. O brasileiro
apanha, é arremessado para cima e para baixo, mas ganha a luta.
Jon Jones, astro
americano do UFC, é outro atleta que a Sport Strategy representa na América
Latina, mas com ele a operação é mais complicada. "É difícil conciliar a
agenda dele, seja para palestra ou para alguma aparição em eventos", conta
Azevedo.
O que a agência
tenta fazer, em geral, é vender pacotes que englobam palestras, aparições em
eventos, participação em comerciais e fabricação de produtos licenciados com a imagem do lutador em questão.
"Propaganda é algo pontual e não gera um valor grande. Mas a área de
produtos é muito poderosa, porque tem royalties e um valor mínimo
garantido", diz o sócio. "Existem lutadores que ganham muito mais
dinheiro fora do octógono do que dentro dele".
No MMA, a agência
ainda trabalha com Fabricio Werdum, Glover Teixeira, ambos lutadores, e Bruce
Buffer, locutor do UFC. Em outras modalidades, o surfista de grandes ondas
Carlos Burle e o judoca Tiago Camilo são outros atletas agenciados.